O crescimento da construção civil e o mercado imobiliário durante a pandemia

O crescimento da construção civil e o mercado imobiliário durante a pandemia

Entenda como o setor não sofreu intensamente com os impactos da pandemia, e quais as perspectivas do mercado imobiliário 2020

A nova pandemia do coronavírus afeta diversos aspectos da sociedade mundial. Além de ser uma nova forma de vivência para as pessoas por causa do distanciamento social, do uso obrigatório de máscaras e da utilização de álcool em gel, esse cenário trouxe também mudanças nos setores da economia do Brasil e do mundo. 

A economia sofre diretamente; o fechamento do comércio é para diminuir a dissipação do vírus, pois em lugares fechados, com alto número de pessoas durante o dia, como shoppings e call centers, há um alto risco de contaminação. Por isso foram fechados no início da quarentena, no mês de março, dependendo da região, para prevenir um maior contágio da COVID-19.

Uma pesquisa divulgada pelo site Valor Econômico analisou que, para Rebeca Palis, chefe do departamento de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, essa crise econômica foi diferente de todas as outras que já aconteceram. 

Isso se deu, segundo ela, porque a economia sofreu impactos de choque tanto na oferta quanto na demanda. Estes são aspectos essenciais para o funcionamento de uma economia nacional e global, já que as empresas dependem da demanda dos seus clientes, assim como eles precisam das ofertas. 

Apesar de ter afetado diretamente a economia nacional de comércios em geral, alguns setores não tiveram tanto impacto. 

O mercado imobiliário durante a pandemia, juntamente com a construção civil, tiveram alguns resultados promissores e positivos mesmo com a crise econômica global.

Alguns resultados não foram tão bons, mas a rápida retomada do setor parece ser o futuro para um crescimento ainda maior da construção civil, até em tempos de pandemia.

O mercado imobiliário durante a pandemia e o seu crescimento 

Segundo dados divulgados pelo Estadão, em São Paulo, estado com mais força econômica do país, o setor imobiliário teve quedas em abril e maio. Porém, os números de junho trouxeram resultados tão positivos que representaram cerca de 85% dos números esperados para o mês. 

Isso é o que os economistas chamam de “recuperação em V”. Ela é representada  por uma queda seguida de um crescimento, ilustrando o desenho significativo da letra V. É um cenário otimista, já que a queda não representa um tempo muito grande, e já é seguida de um crescimento positivo.

Porém, como o nome indica, a recuperação em V representa atualmente o crescimento da construção civil. Mas, antes dele, tivemos um cenário desagradável para o setor.

Queda do setor

Como analisado, o setor da construção civil foi afetado também pela crise econômica do coronavírus. Entretanto, foi um setor que se reergueu mais rápido que os outros. 

Por volta de março e abril de 2020, o índice de evolução do nível de atividade do setor chegou a 28,8 pontos, num indicador de 0 a 100. 

Era um cenário que demonstrava uma queda, com o valor mais baixo registrado, segundo a Confederação Nacional da Indústria, CNI, divulgado pelo site da Agência Brasil. Mas, o mercado imobiliário 2020 ainda estava tentando seu crescimento.

Perspectivas para o mercado imobiliário 2020

Apesar destes aspectos, as vendas começaram a melhorar a partir de maio, com um cenário muito mais otimista para a construção civil. Em abril, por exemplo, na mesma pesquisa publicada pelo Estadão, o Sindicato da Habitação, Secovi-SP, registrou 1.923 imóveis novos. Já em maio, esse número subiu para 2.405, como mostra o gráfico a seguir:

(Gráfico Autoral produzido no Canva)

Os estudiosos da área de construção civil e mercado imobiliário em uma pesquisa realizada pelo banco Credit Suisse juntaram alguns fatores que parecem responder ao crescimento do mercado imobiliário mediante uma crise econômica global. São eles:

  1. Menor valor da taxa de juro média do financiamento imobiliário
  2. Venda de imóveis residenciais por volta de 60% do nível da última crise (2015 – 2017)
  3. Imóveis mais baratos, pois o preço não acompanhou a inflação econômica do país
  4. Aluguel do imóvel como investimento atrativo novamente
  5. Imóvel como espaço físico fundamental durante a pandemia, que requer conforto e um espaço agradável para as pessoas

Todos esses fatores podem tentar responder ao cenário positivo e ao crescimento do mercado imobiliário 2020. Na prática, a construtora MRV relatou que atingiu seu recorde de vendas no segundo trimestre do ano, ou seja, abril, maio e junho. 

Eles venderam 11.479 imóveis, número que representa um acréscimo de 37,4% quando comparado ao mesmo trimestre de 2019, como mostra o site SeuDinheiro. Além disso, registrou também 8,4% a mais do que o primeiro trimestre, composto por janeiro, fevereiro e março, início da pandemia. 

Isso demonstra que, apesar da pandemia, o setor imobiliário está em crescimento expressivo, até mesmo quando comparado ao ano passado.

Além disso, uma pesquisa divulgada pela Folha de São Paulo mostrou que, entre janeiro e junho de 2019, o mercado imobiliário lançou 20 mil novas unidades. Em 2020, esse número caiu pela metade e foi para 10 mil.

Porém, as vendas de 2019 totalizaram 19,6 mil vendas. Em 2020, apesar da metade do número de unidades, as vendas chegaram a 16,8 mil. Isso representa uma queda no número de unidades, porém um aumento significativo de vendas, quando comparado ao número lançado.  

Outro fator que pode ter colaborado para melhorar o cenário da construção civil foi o uso de plataformas digitais para a venda de imóveis online. Ainda é pouco comum, porém construtoras como a MRV e Tenda aderiram a essa nova tecnologia. 

A Tenda, uma construtora especialista no programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, programou um “feirão online” para tentar driblar as dificuldades econômicas que a pandemia trouxe consigo. O resultado foi positivo, e a empresa já recebeu mais de 45 mil contratos, como divulgado pelo Correio Braziliense

Já a MRV iniciou um projeto de vendas online em todas as 160 cidades em que trabalha. Dos 11 mil apartamentos vendidos durante o período, cerca de mil deles foram concluídos através da plataforma digital. Porém, a visita em estandes e conversas pessoalmente ainda possuem um peso maior.

Por isso, o mercado imobiliário durante a pandemia, diferente de outros setores que também fazem parte da economia do país, teve um cenário positivo e de crescimento. Apesar de ter tido uma queda, a “recuperação em V” registrou um aumento significativo em seguida. Se você quiser saber mais sobre o mercado imobiliário, pode ler esse outro texto sobre como os corretores são orientados durante a pandemia também. Além disso, temos diversas novidades sobre o marketing neste setor, como o texto “O marketing e o mercado imobiliário: uma oportunidade de crescimento.” Fique por dentro das novidades!

Leia também: Mercado imobiliário no Brasil Pós Pandemia.

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