Crédito imobiliário ganha novas regras a partir desta semana

Crédito imobiliário ganha novas regras a partir desta semana

Pandemia faz Caixa Econômica Federal liberar novas linhas de financiamento e destinar mais de R$ 150 bilhões ao setor 

O crédito imobiliário está ganhando novas regras a partir desta segunda-feira, 13. As medidas foram definidas na semana passada pela Caixa Econômica Federal, que também anunciou mais R$ 43 bilhões para financiar a casa própria. Com este aporte, que se soma a outros R$ 111 bilhões liberados anteriormente, chega a R$ 154 bilhões o valor destinado para o setor desde o início da pandemia, no fim de fevereiro.

Este repasse mais recente, de R$ 43 bilhões, deve possibilitar a construção de mais 530 mil imóveis no país. Na última quinta-feira, 9, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, ao lado de outros diretores do banco, reuniu a imprensa para falar sobre as medidas que impulsionam o crédito imobiliário.

Segundo ele, sem contar as linhas de crédito para a construção de novas moradias, foram criadas condições especiais para quem já tem financiamento imobiliário. Uma das medidas é a possibilidade de suspender por três meses os pagamentos nos contratos de financiamento.

Antes mesmo do anúncio das novas regras, mais de 100 mil pessoas já haviam procurado a Caixa Econômica Federal para pedir uma pausa nas prestações da casa própria. Com as novas deliberações, esses devedores também terão a possibilidade de requerer o pagamento parcial da prestação.

Com relação à pausa nas prestações do financiamento habitacional, ela pode chegar a 90 dias. E vale para clientes que estão com os pagamentos em dia e também para quem tem até duas parcelas em atraso.

A Caixa informou que para as pessoas que já haviam pedido a prorrogação das prestações por dois meses, a ampliação para três meses será automática. E, dependendo do desenrolar da pandemia, o benefício poderá ser estendido por mais tempo.

Outra boa novidade que começa a valer nesta segunda-feira, 13, é para quem não é cliente da Caixa Econômica Federal e quer fazer um financiamento para obter a casa própria. O banco está oferecendo 180 dias de amortização de juros em virtude deste período de pandemia.

Esta carência de 6 meses não é apenas para pessoas físicas, valendo também para as empresas. Neste prazo o pagamento do contrato pode ficar suspenso sem a incidência de juros. 

Isso significa que para quem está entrando em um financiamento, a primeira parcela poderá ser paga somente daqui a 6 meses. “Você poderá comprar o imóvel hoje e começar a pagar depois”, explicou o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, aos jornalistas. 

A Caixa está disponibilizando linhas de crédito que beneficiarão 5,5 milhões de famílias. Com esta medida o governo federal espera manter ativo o setor da construção civil e outros que caminham juntos, como o ramo de negócios imobiliários. 

Fundo de Garantia

O banco também anunciou novidades para quem usa o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) para pagar o financiamento imobiliário. Esses devedores poderão, assim como os demais, requerer a pausa nas prestações pelo período de 90 dias.

Outra boa opção, voltada a quem está em atraso com as prestações, é a possibilidade de renegociação do débito. A medida vale para quem está com a dívida atrasada entre 2 e 6 meses. Estas pessoas poderão pausar o pagamento ou reduzir o valor mensal da parcela.

Importante, porém, destacar que quem preferir pode continuar pagando normalmente o financiamento. E isso com o benefício da redução dos juros, também pelo período de 90 dias. 

Toda a carteira de crédito da Caixa foi inserida neste programa de incentivo ao setor de imóveis. O dinheiro já está disponível e essas medidas, segundo estimativas da própria Caixa, devem gerar 1,2 milhão de empregos.

Novas Regras para a Vistoria

A Caixa Econômica Federal também anunciou novas regras para a vistoria de imóveis individuais em fase de construção. A partir desta semana a vistoria deixa de obrigatoriamente ser presencial, podendo ser feita à distância. A finalidade é evitar expor funcionários da Caixa e da obra ao Covid-19.

No que se refere às construções realizadas por empresas (com constituição jurídica), financiamentos descartados anteriormente poderão ser requisitados outra vez para as obras. E ainda será possível antecipar em três meses o cronograma da obra executada.

A empresa que quiser poderá manter seu planejamento das obras. Mas também terá a opção de reescalonar a construção, inclusive, com 180 dias de carência nos contratos com a Caixa.

Outra novidade é que as construtoras terão antecipados 20% dos financiamentos no início da obra. Esta injeção de recursos visa manter as obras em andamento e não prejudicar a economia do país.

Deixar o setor aquecido

No caso das construtoras, para que se beneficiem dos incentivos ao setor, elas terão de adotar medidas de prevenção ao Covid-19 em seus canteiros de obras. Também não poderão demitir funcionários no período de pandemia.

Ainda assim, as decisões sobre o financiamento imobiliário agradaram as entidades ligadas à construção civil. Elas classificaram as medidas como positivas para o mercado. 

Para a Câmara Brasileira da Construção Civil (CBIC), a iniciativa manterá o setor funcionando e ajudará a amenizar os efeitos econômicos e sociais causados ao país pela pandemia.

Já o diretor executivo de Habitação da Caixa Econômica Federal, Matheus Neves Sinbaldi, argumenta que “as medidas anunciadas garantem segurança para a Caixa e condições de produção para o setor, em uma forma de capital de giro”.

Incentivos para Construção Civil

– R$ 43 bilhões em novas linhas de crédito (totalizando R$ 154 bilhões desde o início da pandemia)

– Carência de 180 dias nas novas contratações de crédito das empresas e amortização das obras concluídas

– Carência de 180 dias para o início das obras

– Antecipação de até 3 meses do cronograma para obras em execução

– Liberação de recursos de financiamento não utilizados anteriormente

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